data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Pedro Piegas (Diário)
Em 2020, o skate será, pela primeira vez, uma modalidade olímpica, disputada nos Jogos de Tóquio, no Japão. No outro lado do mundo, em Santa Maria, os skatistas do Coração do Rio Grande sonham em ter um local apropriado para a prática do esporte. A principal lástima é de que o único local tido como adequado e coberto é o Centro de Eventos do Centro Desportivo Municipal (CDM), que passa por obras. Com isso, a rua acaba sendo o palco para que adolescentes e jovens pratiquem o skate, expostos a riscos de segurança e preconceito.
VÍDEO: grupo cria empresa que coleta resíduos orgânicos e transforma em adubo
A cidade até conta com pistas, uma delas no próprio Farrezão, como é chamado o CDM. Entretanto, essa e os outras localizadas nos bairros Nova Santa Marta e Tancredo Neves apresentam problemas no tamanho, no ângulo da rampa ou no próprio chão. O estudante Luis Augusto Santos tem 15 anos e há sete pratica a modalidade. Apesar da pouca idade, já disputou campeonatos em outras cidades.
- A gente está sempre levando o skate aqui de Santa Maria, tentando mostrar a cena. Às vezes, até é um pouco mais complicado, por não termos onde andar, fica ruim para nos adaptarmos às pistas dos campeonatos. Mesmo assim, a gente vai para cima - comenta.
Obras que ficavam no Calçadão serão realocadas
Os skatistas que andam no Farrezão explicam que o chão do local é liso e isso permite que o skate ande melhor, e que uma possível queda não machuque tanto. João Pedro Fontoura, 20 anos e oito de skate, fala que, além do CDM, a rua é uma alternativa para as pistas inadequadas.
- Não vou dizer que não tem alternativas. Tem as ruas. Só que, nos lugares que seriam bons de andar, a gente já sofre um preconceito... não se tem muito respeito por skatista - lamenta.
style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">No dia anterior à entrevista, o skatista Gabriel Ouriques, 19 anos e sete de skate, precisou ser atendido no Pronto-Atendimento Municipal, no Bairro Patronato, depois de sofrer uma queda na rua. Ele teve apenas escoriações, mas o susto, no momento do tombo, foi grande. O esporte, para ele, é um ato de resistência já que não há condições apropriadas.
- A cena do skate é forte, mas é abafada. A gente vai continuar resistindo no Farrezão, na rua, em qualquer lugar que formos andar - fala.
VÍDEO: manifestação na praça pede por justiça e segurança à comunidade trans
A reportagem foi até o CDM conversar com os skatistas quando a obra já havia começado. Contudo, os trabalhadores da obra permitiram a entrada, já que os tapumes não tinham sido completamente instalados. Durante as entrevistas, o serviço seguiu normalmente na área.
O QUE DIZ A PREFEITURA
O executivo explica que tentou viabilizar um espaço no próprio CDM para a prática do esporte, com entrada pela Avenida Borges de Medeiros. Contudo, isso não é possível pois "não há garantia de segurança das pessoas que transitariam pelo local".
A prefeitura também alega que não entende que as pistas da cidade sejam inadequados para a prática. Há um convênio do órgão junto ao Ministério da Cidadania para a construção de uma pista, que seria no Parque Itaimbé. Atualmente, o acordo está em fase de projeto. Quando esta etapa for concluída, a verba de R$ 222.857,14 deve ser liberada. Para a execução, será lançada uma licitação que escolherá a empresa responsável.
*Colaborou Leonardo Catto